Quando fui convidado pelo meu amigo Adriano de Oliveira (Cine Revista) para compor uma lista com as melhores obras cinematográficas da década de 2000, não tive dúvida alguma em incluir nessa lista o longa argentino Nove Rainhas. Nem o final (para muitos grandioso) desnecessário tira o brilho deste grande filme realizado por nossos hermanos.
A maior qualidade do primeiro longa-metragem de Fabián Bielinsky, é o roteiro muito bem construído, com diálogos dinâmicos e nem um pouco vagos. Aliás, nada que o filme mostre está ali por acaso. Junte ao precioso argumento, um trabalho de atuação sensacional de Ricardo Darín e Gastón Pauls (Alô, Oscar?), e cenas com uma filmagem surpreendentemente segura e bem executada, e temos um dos grandes filmes argentinos desse novo século e de todos os tempos. O estilo de filmagem me lembra grandes filmes Sul-Americanos e Europeus como Whisky (2003) e Irreversível (2002), coincidentemente, filmes do começo da década passada.
Me recordo claramente do filme ser encontrado apenas em VHS até alguns anos atrás, o que aumentou e muito o boca-a-boca dele aqui no Brasil, tornando-o um filme cultuado para os ratos de locadora.
Nove Rainhas tem como ponto de ebulição a vontade de Fabián Bielinsky em realizar um grande filme, e nesse quesito, ele é impecável.
Para variar, o filme ganhou um remake americano em 2004, com produção de Soderbergh e de um bom elenco. Mas como todo bom apreciador de um bom cinema, tenho as minhas convicções, e uma delas é a de que remakes são desnecessários.
Por acaso alguém sabe o nome daquela música da Rita Pavone?
Nove Rainhas (Nueve Reinas). ARG 2000. 114 min. Direção e Roteiro de Fabián Bielinsky. Com Ricardo Darín, Gastón Pauls, Leticia Brédice.
NC: 8 NP: 8 IMDB: Nove Rainhas
Por: Ricardo Lubisco