Neil Cross

#70 Mama

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Um filme criativo e interessante, mas que peca nos maneirismos dos filmes de terror.

Extensamente divulgado como o novo filme produzido por Guillermo del Toro, Mama foi perseguido desde o seu começo por uma onda de otimismo em relação ao seu conteúdo. O nome de del Toro como produtor (muitas pessoas devem ter comprado a idéia do filme imaginando que fosse um filme do mexicano) foi um dos grandes responsáveis pela campanha de marketing do filme, e de uma boa recepção na bilheteria mundial.

De certa forma, o filme tem sim um universo parecido com alguns filmes de del Toro, principalmente A Espinha do Diabo (2001) e O Labirinto do Fauno (2006), mas com uma grande diferença. Mama se entrega em enormes clichês, fazendo com que toda a ótima fantasia criada em torno do filme se evapore. O que não desmerece o bom argumento que teve Andrés Muschietti.

Primeiramente, Mama foi concebido e realizado como um curta-metragem que  se destacou em alguns festivais e pela internet. O que de cara chamou a atenção de del Toro, famoso por encarar a produção de diretores desconhecidos e com boas idéias. O que nesse caso foi de certa forma um bom achado. O curta-metragem, que pode ser encontrado na internet, bota na tela um mistério bem inventivo e que não é resolvido, o que despertou a curiosidade de del Toro, e o reconhecimento no trabalho bem feito pelo diretor argentino.

É um filme feliz em apresentar um mistério diferente e muito bem realizado para o público, e por manter uma história coerente, claro que descontando vários clichês que tanto conhecemos nos filmes de terror. Tendo em vista que é o primeiro longa-metragem do argentino, o resultado é bem satisfatório.

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Mama. ESP/CAN 2013. 100 min. Direção de Andrés Muschietti. Roteiro de Andrés Muschietti, Barbara Muschietti, Neil Cross. Com Jessica Chastain, Nikolaj Coster-Waldau, Megan Charpentier, Isabelle Nélisse.

NC: 6     NP: 5     IMDB: Mama

Por: Ricardo Lubisco